Por que os carros subiram de preço? Entenda como ocorre a definição de preços de veículos no Brasil

Que os preços de veículos no Brasil são altos, todos já sabem. Porém, somente em abril deste ano, o valor dos veículos novos sofreu um reajuste de cerca de 4%, enquanto os usados tiveram acréscimo médio de 5%.

Todas essas mudanças deixaram os veículos em geral muito mais caros, e a verdade por trás disso é que foi mesmo o consumidor quem precisou arcar com os valores elevados do mercado, seja de novos ou de seminovos.

Dentre as principais razões para a alta dos preços de veículos está a paralisação das montadoras que, desde o começo de 2021, anunciaram uma pausa na produção de veículos em decorrência da crise sanitária ocasionada pelo novo coronavírus.

Além disso, as montadoras enfrentaram vários problemas logísticos e de demanda que impediram a contínua produção dos veículos, como a falta de componentes eletrônicos e matéria prima, por exemplo.

Dessa forma, com o país produzindo menos veículos, há uma queda nas vendas, fator que já encarece o valor final dos automóveis disponíveis no mercado. Ainda no primeiro trimestre de 2021, o Brasil teve um desempenho 5,4% menor em vendas de veículos zero-quilômetro, em comparação com o ano anterior.

Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), esse período totalizou 527,9 mil unidades licenciadas – o que representa queda bastante relevante para o mercado.

Os constantes reajustes nos valores de diferentes modelos de veículos no país também assustaram os consumidores. Por exemplo, de acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Carcon Automotive, sete modelos de diferentes segmentos vendidos no nosso mercado, como o Renault Kwid, o Chevrolet Onix, o Hyundai HB20, o Toyota Corolla, o Honda Fit, o Toyota Hilux e o Chevrolet Tracker tiveram um reajuste médio de 22% em seu preço. E isso só entre maio de 2020 e maio de 2021.

Com isso, o grande problema não fica restrito apenas à comparação direta entre os períodos deste ano para com os do ano passado, mas sim quando avaliamos o quanto o mercado diminuiu com relação ao último trimestre de 2020.

Registrada como uma das quedas mais significativas do mercado, esse período sofreu uma diminuição de cerca de 23% no volume de vendas de veículos, problema que freou a recuperação do mercado que permanecia em alta desde a metade de 2020.

Mas afinal, por que os valores dos veículos estão tão altos?

Muitos são os fatores que contribuem para as altas dos preços dos veículos no Brasil. Os impactos causados pela pandemia da Covid-19, a saída de muitas montadoras do país (como a Ford e Audi, por exemplo), o dólar em alta e os impostos exorbitantes são alguns desses fatores.

Outro problema que impacta diretamente nos preços dos veículos são as commodities, que também são diretamente afetadas pelo dólar. Produtos como o aço, que subiu mais de 70% em 2020, as resinas e elastômeros, onde o crescimento foi de 68% e os pneus, que aumentaram cerca de 6% no mesmo período, além de muitos outros, estão com valores muito acima do esperado, o que contribui para aumentar ainda mais os altos custos de produção de veículos no Brasil.

Esses relatos sobre a verdadeira dificuldade de conseguir peças e insumos – como químicos aplicados na produção de plásticos, borracha, espuma, e aços perfilados – já não é uma novidade, pois toda cadeia automotiva registra problemas para a aquisição desses produtos desde  2020.

A inflação em alta também é um ponto a ser considerado quando avaliamos os valores dos veículos a venda no país. Essa crescente, segundo aponta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já registou um avanço de mais de 8% registrado entre maio de 2020 e maio de 2021.

Os impostos elevados também são outro fator histórico que sempre jogou para as alturas os preços dos veículos no Brasil. A alta carga de impostos no setor automotivo (atualmente na casa dos 40%, em média) também é um dos principais argumentos utilizados pelos fabricantes para justificar os preços dos veículos. Dados da Anfavea destacam que a carga total direta que o consumidor paga ao comprar um carro zero quilômetro é de 44% de impostos e tributos.

Todos esses fatores se tornam um problema quando falamos de crescimento sustentável do mercado e, por consequência, da diminuição dos valores finais aplicados aos veículos. Assim, segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) em fevereiro deste ano foram produzidas apenas 197 mil unidades, número 3,5% menor do que no mesmo mês do ano passado e 1,3% abaixo de janeiro do mesmo ano.

A boa manutenção como forma de evitar a alta dos preços dos veículos

Se você tem um carro e estava pensando em trocá-lo ainda este ano, provavelmente já desistiu. Com isso, manter o seu veículo em bom estado parece ser a opção mais viável no momento, principalmente se a sua intenção é vende-lo em breve e realmente comprar um novo.

Dessa forma, os proprietários precisam estar cientes da importância de se atentar a fazer uma boa manutenção preventiva para garantir que o veículo continue a rodar com segurança e de forma saudável.

Além disso, como a manutenção preventiva tem por objetivo reduzir a probabilidade de falhas ou a degradação do equipamento, garantindo o pleno funcionamento do veículo sem perdas de performance ou desgastes prematuros, essa também é outra forma de economizar, já que o preço de peças para substituição, bem como da mão de obra para manutenção corretiva, também subiu substancialmente.

Em tempos de crise, onde a economia está decaindo e os custos estão cada vez mais elevados, é muito importante que os proprietários foquem com prioridade na manutenção preventiva para que garantam a durabilidade de seus veículos.

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